2024 Autor: Steven Freeman | [email protected]. Última modificação: 2023-12-17 08:19
Em 2017, quando "Despacito", de Luis Fonsi e Daddy Yankee, teve sua duração de 35 semanas no topo das paradas de canções latinas dos EUA interrompidas por "Mi Gente" de J Balvin, alguns fãs de reggaeton começaram a perguntar: se uma música não é feita por Porto-riquenhos, pode ser reggaeton?
Em uma entrevista ao Rapeton de Porto Rico esta semana, J Balvin, que é colombiano, falou sobre a dificuldade que havia sido aceito como parte do gênero, que iniciou sua aquisição global a partir de San Juan. A mídia é, em parte, responsável.
“A mídia só entendeu o reggaeton como porto-riquenho. Foi um pouco difícil conquistar a aceitação da mídia. Mas uma vez que ganhei a credibilidade da mídia, ficou ainda mais difícil conseguir essa aceitação dos artistas.”
Ele comparou sua experiência com outro artista conhecido: “Foi por isso que me identifiquei tanto com a história de Drake. No sentido de que ele é do Canadá, judeu e vem de uma cultura diferente que não é hip-hop. E da mesma maneira, eu estou aqui. Cultura diferente, país diferente, classe social diferente e uma maneira diferente de me expressar.”
Ainda assim, quando as pessoas pensam em reggaeton, pensam em Porto Rico, e isso não foi perdido para o cantor "Mi Gente". Ganhar respeito no gênero foi um desafio que aceitei conscientemente. Queria ser aceito pelos artistas porto-riquenhos que admiro e agora sou amigo.
Ao mesmo tempo, só se pode considerar o reggaeton apenas porto-riquenho, negligenciando suas raízes multiculturais. Os panamenhos foram pioneiros no reggae en Español, que levou a uma mistura dessas influências com o hip-hop nos anos 90, conhecido como "underground". Isso acabou culminando em uma cultura de rap e som popularizado por artistas em San Juan, nomeadamente DJ Playero e DJ Negro. Os porto-riquenhos, com mais acesso a recursos e mercados do que, digamos, os dominicanos com o mesmo som de debow, foram capazes de liderar a transição no início dos anos 2000.
O surgimento de Balvin na Colômbia não se parecia com o dos artistas porto-riquenhos porque ele não teve que lutar, como Daddy Yankee e Don Omar fizeram na era do crossover. A Colômbia carecia de uma comunidade de música urbana semelhante, então adotantes como Balvin tiveram que desenvolvê-la: abrindo portas para artistas colombianos. Eles se tornaram colegas e se levantaram, expliquei na entrevista.
A música está sempre mudando, mas sempre baseada em sons anteriores. O que começou como um ato de rebelião dos panamenhos descendentes de jamaicanos que queriam abraçar suas raízes evoluiu para um gênero ouvido em todo o mundo.
Apropriadamente, em novembro, Balvin se uniu a Tainy e Sky Romipiendo para prestar uma homenagem aos pioneiros durante a onda de crossover, como os álbuns Tego Calderon, Daddy Yankee, Don Omar e Luny Tunes Mas Flow. O título da música: "Reggaeton", é claro.
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