Emiliano Zapata: Polêmica Sobre Seu Retrato De Feminilidade

Emiliano Zapata: Polêmica Sobre Seu Retrato De Feminilidade
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Vídeo: Emiliano Zapata: Polêmica Sobre Seu Retrato De Feminilidade

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Vídeo: Emiliano Zapata desnudo y con tacones: artista Fabián Cháirez pide respetar la libertad de expresión 2024, Abril
Anonim

Uma pintura que retrata o líder revolucionário mexicano montado em um cavalo nu, com salto alto e chapéu rosa, desencadeou uma enorme controvérsia no México entre aqueles que a descrevem como uma ofensa à memória de um herói nacional e aqueles que a consideram uma expressão artística em favor de liberdade e modernidade.

Até o presidente Manuel Andrés López Obrador foi questionado sobre a controvérsia causada pela obra do artista Fabián Cháirez incluída na exposição Emiliano Zapata depois de Zapata no Palácio de Bellas Artes, na Cidade do México, que comemora o 100º aniversário da morte do líder e 140 anos desde seu nascimento.

"Os artistas são totalmente livres e não podem ser censurados", disse o presidente, que condenou o espancamento recebido por ativistas da comunidade LGTBQ por supostos defensores da memória do líder revolucionário. "O que é entrar em Belas Artes e bater? Isso é totalmente repreensível. [Você precisa] procurar um acordo.”

Jorge Zapata, neto do chamado Caudillo del Sur, acusou os responsáveis de Belas Artes por incluírem a pintura de Cháirez, a quem ele acusou de tentar ganhar fama desenhando "nosso general gay".

"Zapata é o protótipo de um homem bem feito, não uma figura gay", trovejou Jorge Zapata, que a princípio ameaçou processar se não retirasse o trabalho, mas que mais tarde com o resto de seus parentes aceitou a opção de incluir uma nota ao lado do gráfico, definindo suas objeções.

Várias vozes se juntaram à controvérsia nos últimos dias, como a da atriz Regina Blandón, que não gostava que os Zapata considerassem um retrato humilhante por parecer gay. "Viva a homofobia e o machsimo", disse ele em um tweet.

Uma posição completamente oposta à do lendário cantor e compositor Armando Manzanero, que considerou a pintura "a coisa mais lamentável que pode haver" e a chamou de injusta.

"Em vez de saltos, eu colocaria os ovos muito grandes", acrescentou, em declarações coletadas pela Agência de Reformas.

Em sua defesa, Cháirez explicou que a pintura chamada Revolução que ele pintou em 2014 representa seu direito à liberdade de expressão e busca capturar as lutas sociais que o país teve ao longo de sua história.

O artista de Chiapas pediu aos seus seguidores que os apoiassem em uma manifestação pacífica nesta sexta-feira, após a briga no outro dia.

A controvérsia também se espalhou pelas redes, nas quais nos últimos dias foram trocadas opiniões, memes e até insultos.

"É muito simples, que a pintura seja um auto-retrato e não tenha nada a ver com Emiliano Zapata ou a Revolução, portanto não deveria estar nessa exposição", disse um usuário do Twitter.

Por outro lado, a liberdade artística e a necessidade de aceitar que o mundo evoluiu foram apeladas. "Eles são uma geração fraca e ressentida, você não pode mais brincar de nada porque eles são ofendidos, frágeis", disse outro usuário no Instagram.

A exposição é composta por mais de 140 pinturas e deve estar aberta ao público até 16 de fevereiro de 2020.

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