Foi Assim Que As Remessas De Cocaína Chegaram A El Chapo

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Foi Assim Que As Remessas De Cocaína Chegaram A El Chapo
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Anonim

Todo mundo conhece Joaquín Guzmán Loera como El Chapo, mas para Jorge Cifuentes Villa ele era Don Joaquín. Na primeira vez em que o conheceu, há mais de 15 anos, o chefão mexicano o recebeu no pé do avião que o levara ao seu esconderijo nas montanhas, armado com uma pistola de ouro e incrustado de diamantes na cintura e um rifle AK -47 pendurado no ombro. Não havia brincadeira com aquele homem.

O colombiano, membro de um conhecido clã de narcotraficantes e extraditado para os Estados Unidos em 2012, iniciou mais de seis anos de colaboração com El Chapo, que tinha todos os detalhes nesta quarta-feira no tribunal federal do Brooklyn, no qual Guzmán está em julgamento desde o mês passado.

Cifuentes chegou ao esconderijo de El Chapo com o objetivo de negociar com o cada vez mais poderoso cartel de Sinaloa e descobrir quem havia matado seu parceiro Humberto Robachivas Ojeda no México. "Eu queria saber quem tinha sido para descobrir se minha vida estava em risco", disse a testemunha, que lhe deu um moderno helicóptero vintage americano para andar com o pé direito no círculo de seu anfitrião. Eles são capazes de carregar uma carga de até 400 quilos de cocaína. "Esses aparelhos não pareciam aviões, pareciam foguetes", enfatizou. "Você precisa de pilotos muito experientes."

Um primeiro carregamento de 350 quilos decola com sucesso do departamento colombiano de Chocó, onde a família Cifuentes tem uma fazenda, e aterra com sucesso perto de Zihuatanejo, Guerrero. O colombiano assegurou que, apesar da conclusão da missão, aeronaves "experimentais" e difíceis de pilotar não lhe davam garantias de confiar-lhes uma carga tão preciosa. Mas El Chapo, disse ele, insistia em usá-los porque "o radar não o detecta".

Até outra remessa de 400 quilos em um Lancair nunca chegar ao seu destino. Os mexicanos inicialmente pensam que os colombianos nunca enviaram o avião até que as notícias de um avião caído em uma área montanhosa apareçam na mídia. O piloto sob seu comando foi chamado de Louco Selvagem, disse ele.

Assassinato

Os vôos dos narcoaviones são cancelados após o assassinato em 2007 de Fernando Cifuentes, irmão de Jorge e ex-piloto de Pablo Escobar, encarregado de organizá-los. A testemunha apontou que ele ainda não sabe quem o matou, mas outros traficantes de drogas colombianos foram identificados como responsáveis.

Como conseqüência, Cifuentes explicou que se mudou para o México e se encontrou novamente com El Chapo no esconderijo nas montanhas, que agora encontrou com mais homens e mais armas, incluindo "armas antiaéreas". Eles concordam que Cifuentes continua a gerenciar a infraestrutura de sua família, mas do Equador, para onde ele se muda.

Lá, ele compra armazéns, estabelece rotas e entra em contato com um fornecedor na Colômbia - Gilberto el Político García - que entrega a cocaína a uma cidade fronteiriça do Equador, explicou. Com isso, eles organizam uma primeira remessa financiada por "don Joaquín", que envia o dinheiro ao provedor colombiano por meio de uma rede de lavagem que envolve a compra de cartões de débito Visa nos Estados Unidos e no Canadá, a partir dos quais o dinheiro nos caixas eletrônicos da Colômbia. "Como Dom Joaquín estava me dando dinheiro, eu comprei a cocaína."

Compra militar

Com os fundos de Chapo, Cifuentes compra 6 toneladas do departamento colombiano de Putumayo, uma área controlada pelos guerrilheiros das FARC, e o político os leva às cidades equatorianas de San Lázaro e Esmeraldas. Em seu testemunho, ele garantiu que o movimento da enorme carga era protegido por militares equatorianos que haviam sido subornados para transportá-los em seus próprios caminhões. "Os caminhões do exército não são controlados, não há risco de perda ou apreensão de cocaína", explicou. Os soldados enviados pelo capitão Telmo Castro os cobraram raros e transportaram a cocaína por 6 toneladas.

No ano seguinte, eles tentam novamente, mas El Chapo insiste que ele quer uma carga de 8 toneladas. Cifuentes disse que só tinha 6,5 barris no momento em que o tubarão partiu para encontrar as lanchas e queria continuar a operação. "Ele já me fez perder 6 toneladas porque era caprichoso". Guzmán ignora e manda esperar para recolher as 8 toneladas.

A espera resulta em um desastre quando uma operação antidrogas das autoridades equatorianas atinge o armazém de Cifuentes, em Guayaquil, e a carga é apreendida antes de poder ser transportada. El Chapo, segundo Cifuentes, culpou o fornecedor colombiano e pediu que ele o ajudasse a sequestrá-lo. Mas eles nunca conseguiram localizá-lo para os assassinos encontrarem.

Este seria o último trabalho juntos, de acordo com o testemunho. O narcotraficante colombiano acabou sendo detido na Venezuela em 2012 e extraditado para os Estados Unidos, onde cumpre pena de prisão.

Planos frustrados

Em seu testemunho, Cifuentes também falou de vários planos para levar a droga ao México. Em uma reunião com El Chapo em 2007, ele conheceu um executivo da companhia estatal mexicana de petróleo Pemex, a quem ele identificou como Alfonso Acosta, com quem discutiram a possibilidade de contrabandear cocaína para navios petroleiros no Equador e descarregá-los em portos mexicanos.

Em outra ocasião, lembrou, um homem de El Chapo, na América Central, propôs que o cartel adquirisse um navio de cruzeiro. No final, eles não.

Subornos e assassinatos

Quando questionado pela promotoria, Cifuentes admitiu ter ordenado a morte de cinco pessoas, das quais três foram mortas.

Ele também reconheceu ter subornado um funcionário da Direção Nacional de Impostos e Alfândegas da Colômbia (DIAN) para poder evitar impostos, outros funcionários para trocar suas impressões digitais por outros no registro civil colombiano e apagar os documentos de seu tempo na prisão. em 1984.

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