El Chapo: As Chaves Para Sua Defesa

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Anonim

Uma das grandes incógnitas antes do início desta semana do julgamento de Joaquín el Chapo Guzmán foi como seus advogados enfrentariam a defesa de um cliente que disse a todos que ele era um dos maiores traficantes de drogas da história e tinha reputação superado apenas por Pablo Escobar.

A resposta foi dada na abertura do julgamento pelo principal advogado de defesa, Jeffrey Lichtman, com um apelo explosivo no qual, entre outras coisas, chegou ao ponto de acusar o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e seu antecessor, Felipe Calderón, de ter recebido "Centenas de milhões" de traficantes de drogas.

Ambos imediatamente rejeitaram as acusações e o juiz do caso, Brian Cogan, admoestou Lichtman por ir "longe demais" com alegações de que ele não poderá provar mais tarde durante o julgamento.

Até agora, esses foram os principais pontos dos argumentos dos advogados de defesa.

advogados de Joaquin 'El Chapo' Guzman
advogados de Joaquin 'El Chapo' Guzman

O mito

Provavelmente desde Pablo Escobar, nenhum outro narcotraficante desfrutou de mais renome do que El Chapo Guzmán, que as autoridades americanas passaram a classificar como “o inimigo público número um” e foi descrito na imprensa como o narcotraficante mais poderoso do planeta.

"É falso, não é verdade", disse Lichtman, para quem as autoridades mexicanas e americanas ajudaram a alimentar o "mito de El Chapo" para encher sua figura com objetivos obscuros.

De fato, de acordo com o advogado, Guzmán é um camponês com uma educação mínima que cultivou maconha e que nunca acumulou a fortuna que deveria, como quando a revista Forbes o incluiu na lista dos mais ricos do mundo.

"El Chapo estava sem dinheiro e precisou pedir dinheiro", disse o advogado. "A verdade é que eu não controlei nada."

Lichtman reconheceu que seu mesmo cliente contribuiu para ampliar sua figura pública com ações como a entrevista que deu a Kate del Castillo e Sean Penn nas montanhas de Sinaloa, na qual se vangloriava de ser o maior traficante do mundo. "Ele gostava de popularidade, sendo conhecido."

Quanto às ações das autoridades norte-americanas, ele acusou seus agentes de estarem "sujos" neste caso e inflar a importância do acusado de pontuar um pouco na luta contra o narcotráfico. "Existe uma versão [do caso] que os governos do México e dos Estados Unidos não querem que eles ouçam", disse ele ao júri.

"Considerar Chapo Guzmán culpado seria o maior troféu que essa acusação jamais poderia receber", enfatizou.

Os defensores desse argumento de que a figura de El Chapo foi exagerada destacam que, nos dois anos em que esteve na prisão, nem o fluxo de drogas para os Estados Unidos foi afetado, nem o cartel de Sinaloa, que ele é acusado de liderar. parou de trabalhar.

O bode expiatório

Para a defesa, a razão pela qual as autoridades mexicanas supostamente contribuíram para a "mitologia" de El Chapo foi sua necessidade de proteger o verdadeiro chefe do cartel de Sinaloa, Ismael el Mayo Zambada, segundo Lichtman.

O traficante de drogas septuagenário, que permanece em busca e captura, vive "calmo", enquanto El Chapo foi perseguido incansavelmente pelas autoridades, que o capturaram três vezes e o mataram a tiros, disse ele.

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O advogado destacou que El Chapo é um "bode expiatório" para o governo mexicano desde o assassinato do cardeal Juan Jesús Posadas Ocampo no aeroporto de Guadalajara em 1993, o que gerou um enorme escândalo.

Ele acrescentou que as autoridades e o falecido narcotraficante Ramón Arellano Félix conspiraram para atribuir o assassinato a seu cliente, que por essa perseguição fugiu para a Guatemala, onde foi preso e passou vários anos na sombra.

"Por que o governo mexicano precisava de um bode expiatório? Porque ele ganhou muito dinheiro com o cartel de Sinaloa ", afirmou. "O governo do México foi e é completamente corrupto."

Lichtman assegurou que o poder e a impunidade da Mayo Zambada eram tão grandes que ele poderia até ordenar que o exército mexicano eliminasse. "A verdade é que [El Chapo] não enviou nada, quem estava no comando era Mayo Zambada."

Depoimentos comprometidos

Um elemento crucial do caso que a promotoria federal está apresentando ao júri é o testemunho de ex-colaboradores e parceiros do réu que está atualmente na prisão e concordaram em colaborar com as autoridades.

O primeiro a se sentar na cadeira de testemunha foi Jesús el Rey Zambada, irmão de Mayo Zambada e que está preso desde a sua prisão na Cidade do México há 10 anos. Espera-se que ele seja seguido, entre outros, por Vicente Zambada, filho de Mayo, e Dámaso López Núñez, o funcionário que ajudou a escapar da prisão em 2001 e foi trabalhar com ele.

Lichtamn não perdeu tempo questionando a credibilidade dessas testemunhas em seu discurso. "[São pessoas] que mentem diariamente desde que aprenderam a andar", disse o advogado, que as chamou de "assassinos e mentirosos".

Entre outras coisas, ele garantiu que, entre esses traficantes de drogas condenados, existem aqueles que ordenaram o assassinato de promotores, o suborno de presidentes como o de Honduras e são capazes de fazer negócios, mesmo com aqueles que mataram seus amigos. "Eles são esse tipo de escória", disse ele. "Eles dão calafrios."

"Existem dezenas de organizações criminosas no México, Colômbia ou Equador, mas essas [testemunhas] cooperantes só precisam testemunhar contra um homem: o Sr. Guzmán", acrescentou.

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