Obama Revoga Política De Pés Secos

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Vídeo: Obama Revoga Política De Pés Secos

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Anonim

O presidente Barack Obama encerrou nesta quinta-feira a política de "pés secos, pés molhados" que permitia aos cubanos entrar nos Estados Unidos sem visto e permanecer legalmente no país até obter sua residência.

Em comunicado divulgado pela Casa Branca, o presidente cessante observou que essa medida adotada durante o governo Bill Clinton em meados dos anos 90 respondeu a "outra era" e que a partir de agora os cubanos que chegarem aos Estados Unidos serão tratados "Como qualquer outro imigrante."

"Com efeito imediato, os cubanos que tentarem entrar ilegalmente nos Estados Unidos e não se qualificarem para assistência humanitária estarão sujeitos a seu retorno", afirmou Obama no comunicado. "O governo cubano concordou em permitir a entrada de cidadãos cubanos que foram ordenados a retornar, como fez com os interceptados no mar".

Este anúncio, com o qual o presidente parece encerrar a transformação das relações com Cuba, representa uma notável mudança na política de imigração dos EUA em relação aos cubanos, que desde os anos 1960 têm um processo especial para receber uma autorização de residência sob a Lei de ajuste cubano.

A partir de agora, para se beneficiar dessa lei, os cubanos terão que entrar nos Estados Unidos legalmente, com um visto ou com a permissão das autoridades de imigração.

Segundo o presidente Obama, a normalização das relações entre os dois países torna obsoleta a política de "pés secos, pés molhados" e coloca os cubanos na mesma categoria que os cidadãos de qualquer outro país que queiram emigrar para os Estados Unidos.

"Continuaremos recebendo cubanos, assim como imigrantes de outros países, de acordo com nossas leis", afirmou.

A política adotada por Clinton após a crise das vigas de 1994, quando uma onda de refugiados chegou às costas da Flórida, desde que todos os cubanos que pisassem em solo americano obtivessem permissão automática para permanecer no país e depois recebessem residência permanente. um ano e um dia.

Quem foi interceptado no mar teve que retornar à ilha, a menos que fosse considerado refugiado político.

Segundo a agência da AP, um alto funcionário do governo admitiu que o governo cubano não deu nenhuma garantia sobre o tratamento que os que forem repatriados para a ilha receberão, mas lembrou que quem tem medo de retaliação ou sofre perseguição tem o direito de pedir asilo político nos Estados Unidos.

Outra das medidas revogadas nesta quinta-feira foi uma disposição que favoreceu a deserção dos médicos cubanos, considerando que isso era prejudicial ao sistema de saúde cubano. "Como eu disse em Havana, o futuro de Cuba está nas mãos dos cubanos", concluiu Obama.

A decisão do presidente alguns dias antes de entregar o poder a Donald Trump, que poderia anular essa mudança por se tratar de um decreto presidencial, já gerou polêmica entre a comunidade cubana nos Estados Unidos, que a cada ano trazia dezenas de milhares de compatriotas. que até agora se beneficiaram dessa medida.

O jornal Miami Herald, citando estatísticas da agência de fronteira e alfândega, observou que apenas no setor de fronteira de Laredo, no Texas, mais de 36.000 cubanos entraram nos Estados Unidos no ano passado.

O representante Bob Menéndez, de origem cubana, criticou essa mudança, que ele descreveu em uma série de "recentes mudanças mal concebidas" que "recompensam o regime" presidido por Raúl Castro e que no ano passado enterraram seu líder histórico.

"O anúncio de hoje servirá apenas para estreitar os nós com o regime de Castro no pescoço de seu povo", acrescentou o democrata de Nova Jersey.

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